Nascer do Sol no Pico Ruivo
Uma hora é a duração da caminhada entre a Achada do Teixeira e o Pico Ruivo. Um percurso feito de madrugada, à luz de lanternas. Lá em cima, no cume da ilha da Madeira (a terceira montanha mais alta de Portugal), espera-nos um espectáculo imperdível: o nascer do sol !! Vale a pena o esforço !!
São 05h15 e chegámos à Achada do Teixeira. O "pickup” no hotel fez-se cerca de uma hora mais cedo. O entusiasmo era mais que suficiente para derrubar o sono que ainda pregou algumas partidas na subida de carro desde o Funchal até Santana.
Tudo a postos! É tempo de fechar o casaco, ajeitar as calças confortáveis e as botas de montanha. Aproveito para digerir uma banana e aprumar a lanterna. Temos quase uma hora pela frente até chegar ao miradouro do Pico Ruivo, o pico mais alto da ilha da Madeira, a 1862 metros de altitude. É a terceira montanha mais alta de Portugal.
A subida ao paraíso
A adrenalina desperta com a escassa luz, os passos e a respiração no silêncio da madrugada e imensidão da natureza que nos circunda. O grupo começa a dispersar na subida, dando lugar à melhor ou pior condição física. No caminho, uma sueca exclama afogueada: "Onde vivo, a montanha mais alta tem 100 metros!”, num visível misto entre entusiasmo e frustração. A claridade começa muito timidamente a aparecer . .. "Vá! São apenas mais 200 metros”, ouve-se.
Mais perto do céu
Chegámos! 06h58. O espetáculo é mágico. Estamos acima das nuvens e a força da natureza mostra todo o seu esplendor. Os tons vermelhos e violetas rasgam o azul do céu e refletem-se sobre o manto de nuvens lá em baixo. Aos poucos, o forro verde das montanhas começa a ser descoberto.
O vento fresco de junho enfatiza a sensação de 360 graus perante uma vista de cortar a respiração: Paul da Serra, Pico do Areeiro, Curral das Freiras, Santo da Serra, Ponta de São Lourenço, ali mais perto. Ao longe, em certos dias, podem-se avistar as ilhas Desertas e até o Porto Santo.
As máquinas fotográficas e os "smartphones” capturam freneticamente o momento, com muitas "selfies” à mistura, pois desfrutar e alongar este momento é uma tentação. O conforto do pequeno-almoço naquele cenário foi a cereja no topo do bolo. O café quente para amenizar a brisa fresca e o bolo família a contribuir com um sabor forte, como ali pede.
A descida à terra
De volta, já com a luz do dia em força, é o esplendor da vegetação que na subida era sombra, que nos aquece a alma. Ali, tão perto do céu, as montanhas estão coberta de urze e vegetação rala, com fetos e musgos a despontar das fendas rochosas. Para compor, a beleza das famílias de massarocos roxos aqui e acolá. Isto tudo sobre intenso e brilhante mar de nuvens.
Àquela hora, o chilrear distrai-me. Será certamente um melro-preto, um tentilhão-da-madeira ou o bis-bis, algumas das espécies que fazem o seu habitat por ali.
Experiências na Madeira
Este passeio foi feito durante o evento PortoBay Atlantic Experience que decorreu durante o mês de junho. O programa contemplou um conjunto de atividades como safaris de jipe, workshops sobre espécies marinhas da ilha, jantares temáticos, passeios de barco e a experiência de ver o nascer do sol no ponto mais alto da ilha.
Para além disso, ao longo do ano são organizados vários passeios como este pela Nature Meetings, parceiro PortoBay Prestige Club.